E não… Não estou querendo dizer que uma mulher independente é aquela que não se casa. Não é esse o ponto. O que acontece é que elas sofrem uma grande pressão da sociedade para não ficarem solteiras. Pela visão dos outros – incluindo os próprios pais – existe algo de errado com elas, e por isso existe até um termo “sheng nu”, ou em uma tradução livre (da tradução em inglês, que é “leftover woman”), “encalhadas”, pra usar um termo que já temos no Brasil. E mesmo assim não se dobram só para atender as expectativas dos outros. Isso é independência.
Essas mulheres são tão cobradas para se casar, que existe um “mercado do casamento”, um encontro em uma praça, onde os pais levam os perfis de suas filhas e filhos para que outros pais escolham. O que você pensaria se os seus pais fizessem isso com você?
E a P&G, para promover a sua marca de cosméticos SK-II, encomendou uma campanha para a Forsman & Bodenfors (a mesma agência que criou o Epic Split), e eles criaram esse documentário em curta metragem, falando sobre o desrespeito em relação às mulheres que não querem aceitar um destino imposto pela sociedade, e resolveram buscar a felicidade de acordo com a sua vontade.
O vídeo, que segundo a P&G tem o objetivo de buscar o empoderamento feminino, trata sobre tomar as rédeas do próprio destino, e valorizar o bem-estar de quem toma essa decisão. Não importa o quanto os seus pais, seus amigos ou a sociedade cobre de você.
E o comercial mostra o quanto pode ser difícil emocionalmente. Uma das mulheres cita que a sociedade chinesa cobra muito o respeito aos pais, e que isso é algo muito enraizado… Ao mesmo tempo, passar dos 25 e não ser casada é como desrespeitar os seus progenitores. E isso é bem ilustrado com um pai falando que morreria do coração se a filha não casasse.
Ainda comentando alguns pontos do vídeo, tem um momento que parece ter sido bem difícil: uma das mães fala “Nossa filha sempre teve uma ótima personalidade. Mas tem uma aparência comum. Não é bonita. Por isso está sobrando”. Não é bom ouvir a própria mãe te diminuindo por causa da aparência.
E no fim, a ideia era mostrar essa realidade das mulheres chinesas e diminuir a pressão que elas sofrem. O vídeo viralizou na China, e também conseguiu certo destaque no resto do mundo. Talvez seja o primeiro passo para mudar essa cultura lá, mudar essa cultura aqui (não temos aqui a pressão tão grande como a da “mulher sobra”, mas existe a “encalhada”, que também não é um termo bonito), e se tudo der certo, acabaremos também com os filmes da Katherine Heigl, que são chaaatos pra caramba.
Parabéns à Procter & Gamble, que vem fazendo uma sequência de ótimos vídeos sobre o empoderamento feminino e a Forsman & Bodenfors que criou esse documentário para a SK-II.
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