Quem apresenta sabe: uma apresentação não pode ser considerada somente como um emissor no palco e receptores sentados nas cadeiras da plateia. É muito mais do que isso, esse movimento de comunicação é uma via de mão dupla, e entender o feedback da sua plateia em tempo real é muito importante para controlar ou até mudar o rumo da apresentação.
Mesmo apresentadores experientes se apoiam em recursos de linguagem (verbal e não-verbal) para “sentir” o público, e assim, conduzir melhor sua apresentação: perguntas retóricas, piadas, e se apoiar em um membro mais extrovertido da plateia para começar um diálogo, são pequenos indicadores desses testes de comunicação.
Portanto, é muito importante saber “ler” sua audiência para uma boa performance da apresentação. Como vimos, toda apresentação é um sistema de troca. Para que essa troca funcione bem, quem apresenta deve entender se a mensagem está sendo absorvida, compreendida e aceita, e quais dificuldades a audiência pode estar sentindo no andamento do discurso.
Sabendo que todo apresentador deve saber ler o público para direcionar melhor a apresentação, temos algumas dicas para você conseguir entender melhor o seu:
1 . A leitura só funciona em conjunto
Um gesto isolado, muito provavelmente, é só um gesto isolado. Uma pessoa sentada com os pés virados para a porta não está necessariamente querendo sair da sala. Ela pode estar simplesmente sentada em uma determinada direção. Não podemos tomar certezas com gestos isolados. Por isso, só tome decisões se todo o grupo gestual indicar a mesma coisa.
Todo gesto vem em grupos e deve estar dentro de um contexto. Assim, é mais seguro começar pelo contexto, entendendo todos os gestos em grupo antes de tomar uma decisão. Some os gestos não-verbais e depois tente entendê-los.
Todo gesto é igual a uma palavra. Isoladas, as palavras não funcionam – somente em frases. Isso é pensar em grupo. Uma palavra, assim como um gesto solto, pode significar diversas outras coisas.
O grupo gestual é composto de no mínimo três gestos. Com os três gestos somados você já pode ficar mais confortável de tomar uma decisão. Então uma pessoa com a mão no queixo e olhar pensativo pode simplesmente estar pensando. Mas o mesmo gesto somado ao outro braço por cima do estômago (se protegendo) e as pernas cruzadas, pode significar negação.
2 . Coerência com o verbal
O não-verbal tem um efeito cinco vezes maior no seu público do que as palavras. Ele é tão forte que, quando não há coerência entre os gestos e o verbal, damos mais importância à mensagem não-verbal.
Por exemplo, se um apresentador, daqueles que gosta de chamar o público para participar do seu raciocínio, pedir a um interlocutor de braços e pernas cruzados, com o movimento constante de “negativo” com a cabeça, que desse a opinião dele sobre o assunto apresentado e ele dissesse que “concorda com tudo”, acharia que ele está mentindo pela incoerência entre o verbal e o não-verbal.
3 . Comece pelo contexto
O contexto dá a base de entendimento e cognição para a leitura corporal correta. Imagine a mesma pessoa citada acima, braços cruzados, pernas cruzadas e queixo baixo em uma rua fria e chuvosa esperando um ônibus. Ela provavelmente está com frio, simplesmente, e não com uma atitude defensiva.
Apresentadores mais experientes se preocupam com sua performance no palco e julgam seus resultados através do feedback que recebem da audiência, indicados pelos gestos não-verbais. Então, treine essa leitura, crie caminhos de saída caso tenha que mudar algo bruscamente na sua apresentação e siga os passos, para não se equivocar e julgar de maneira errada ou precipitada o seu público-alvo.
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Conteúdo criado em parceria com MonkeyBusiness – www.monkeybusiness.com.br
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