O filme tem um protagonista que já se provou, tem Christoph Waltz como vilão e o melhor de tudo: Sam Mendes novamente na direção. Como esse filme poderia dar errado. Bem… Lembra de O Cavaleiro das Trevas Ressurge? Ele sofre do mesmo mal: “vamos fazer maior, porque maior é sempre melhor”. Errado.
Tudo que diz respeito à direção é ótimo. Mendes sabe como tirar o melhor da sua equipe. A trilha sonora encaixa muito bem, a fotografia é linda, as sequências de ação são interessantes e as atuações são sólidas (a única coisa que não tem salvação, porque o diretor não faz milagre, é aquela cara de desinteressada da Lea Seydoux. Mil coisas explodem ao redor dela, e ela grita com o James Bond, com aquele olhar de mormaço. Cadê a emoção?).
As sequências de ação são ótimas, e novamente o filme faz referência à outros filmes do 007. O problema é o exagero das coisas. Eles pegaram toda a atmosfera criada pelos dois primeiros filmes dessa nova fase e deixaram um pouco de lado, transformando esse em um filme onde o Bond interpretado por Pierce Brosnan não se sentiria deslocado.
Em Skyfall todas as referências faziam parte do clima. Era uma comemoração aos 50 anos da franquia. E foi tudo na medida. E, talvez porque tenha dado tão certo, eles resolveram trazer o maior vilão de todos: Blofeld. O que foi ótimo. O problema foi o entorno.
Spectre amarra todos os filmes, e traz a tona algo que o vilão de Quantum of Solace disse sobre haver um grupo de pessoas muito poderosas acima dele. Também fala um pouco mais sobre o passado do protagonista e traz alguns elementos interessantes, que renderiam um ótimo filme, caso eles fossem bem explorados.
Vamos começar pela abertura do filme: A estrutura clássica de “ver o término de uma missão, daí vem a abertura, e então começa o filme”, não está lá. Ela começa com um plano sequência decepcionante, que já é o início da história. Então entra uma abertura horrível, com uma música chata pra caramba. E aí nos é apresentado o primeiro antagonista: Moriarty quero dizer C. E a partir daí é um conjunto de cenas de ação com alguns diálogos no meio, e ninguém fazendo muita diferença para a resolução da história.
É divertido pelas cenas de ação, e chato depois de vermos Skyfall, um filme onde James Bond está vulnerável e por isso ele está perigoso. Porque, se no filme anterior ele se importava muito com tudo, agora ele parece não dar a mínima pra nada. Falo tanto do personagem, quanto do Daniel Craig, que parece a pessoa mais desinteressada no filme.
Acho que ele estava certo em falar que esse seria o seu último filme como 007. Spectre termina o arco, e mostra que – apesar dele ser o melhor – já está na hora de reformular o personagem.
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