Talvez eu não seja a melhor pessoa para falar sobre storytelling de maneira ampla, porque a técnica é muito aberta e pode ser aplicada à diferentes situações. Comecei a trabalhar com ela aplicada em apresentações, e, a partir daí, comecei a dar aulas sobre como aplica-la em uma mídia que tem suas peculiaridades. Esse movimento inverso me fez enxergar o storytelling sob uma visão que deveria ser mais simples, buscando entender o que uma comunicação precisa ter para ser chamada de storytelling.
Acontece que, durante minhas andanças pelo mercado, vejo muito storytelling errado sendo vendido (e comprado por aí). Ou pessoas simplesmente usando o termo para se referir a qualquer coisa que tenha texto. Sempre procuro excluir qualquer entropia sobre o tema, porque sei que elas passam para frente, crescem, viram monstros e ficam mais difíceis de se matar quando estão maiores.
Basicamente, pense no princípio dos 3 Gs. Para ser um storytelling, tem que ter os 3 Gs: a guy, a girl and a gun. Essa frase define perfeitamente o que é um storytelling e você não precisa de nenhum consultor com curso em hollywood para te ajudar com isso. Vamos decupar isso:
Uma história tem que ter uma personagem. Um protagonista (a guy). E essa personagem é definida por valores humanos. Pode ser uma pessoa, um brinquedo, um robô, um inseto, um peixe, um sapo. O importante é que ele tenha valores humanos, compartilháveis. Ele tem que gostar de algo ou alguém, buscar ou querer algo, ou seja, ter sentimentos como nós temos. Isso para criar conexão e nós, o público, começarmos a gostar (ou não) dele.
Essa personagem tem que buscar alguma coisa. Tem que ter um objetivo (a girl). E esse objetivo pode chegar de diversas maneiras. Do seu interior, pode ser imposto, pode vir de algum desastre. Mas o importante é que, essa história será sobre um período especial na vida dessa personagem, onde ela vai a procura de alguma coisa.
Mas não é fácil conseguir isso que ele quer. Não pode ser fácil! Ele deve ser testado (a gun). Nesse momento ele é colocado a frente de desafios, onde ele deve provar que ele realmente merece aquilo que ele busca. Ao passar esses desafios, ele se transforma. Sofre. Erra. E, finalmente, aprende. Então, se tranforma em uma nova pessoa. Uma personagem melhor do que quando ela começou.
Basicamente, isso é um storytelling. Esses elementos são o básico para se dizer que temos uma história. No meu caso, são eles que eu uso para determinar se uma apresentação tem ou não um storytelling. Se um desses itens faltar, você não tem uma história. Lógico que essa estrutura pode ser modificada e incrementada, etapas podem ser incluídas, e tudo fica mais complexo e divertido. Mas, a base de tudo é a velha tríade: a guy, a girl and a gun.
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Conteúdo criado em parceria com MonkeyBusiness – www.monkeybusiness.com.br
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Uau! Muito bom, esse artigo!