Conforme os governos ao redor do mundo reagem aos escândalos de empresas como Google, Facebook (especialmente em relação à quebra de sigilo de dados por parte da Cambridge Analytica) e outras gigantes da tecnologia, há uma preocupação cada vez maior sobre proteção de dados.
Assim, novas legislações surgem em vários países, como os Estados-membros da União Europeia, os Estados Unidos e também o Brasil (com a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGDP).
Novas visões sobre proteção e sigilo de dados
A visão de que a internet é uma “terra sem lei” é cada vez mais equivocada. O modo com o qual empresas e órgãos de governo enxergam as informações pessoais de consumidores e cidadãos caminha cada vez mais para a regulamentação e para a criação de leis que lidam e versam sobre o tema do sigilo e do tratamento ético das informações pessoais.
E, claro, os próprios cidadãos exigem cada vez mais um tratamento transparente e ético em relação a seus dados e informações pessoais.
Isto se reflete, por exemplo, no maior uso de navegadores web e buscadores mais privativos, além da preferência por modelos de conexão VPN, justamente para dificultar rastreamentos e armazenamento de informações e atividades online.
Nós podemos citar no mínimo cinco elementos que não devem sair da mente de qualquer pessoa que trabalhe com marketing digital.
1. Adequar-se às novas legislações não é uma mera opção
O ponto mais essencial é compreender que adequar as políticas empresariais e o modo com o qual os dados das pessoas são coletados, armazenados e gerenciados não é uma mera opção: são leis.
Dependendo do país, as consequências legais podem ser mais graves ou mais brandas, mas há a realidade de que a adequação por parte das empresas é um fator impositivo.
Ou as empresas se adequam às novas regulações ou as consequências legais (além das possíveis reações negativas dos usuários) acontecem e se aplicam.
2. Ética sobre o tratamento de dados
É preciso compreender que, além de respeitar as novas regulamentações, as empresas precisam perceber que há uma maior pressão por parte da própria sociedade civil, de usuários, consumidores e, acima disso, de cidadãos, em relação a um uso mais ético de suas informações e dados pessoais.
Com o uso massivo de aplicativos de conexão VPN, buscadores alternativos e navegadores mais sigilosos, fica claro que a preocupação com privacidade e proteção de dados já é algo cada vez mais comum entre o público em geral.
As empresas que negligenciam esta demanda correm o risco de perder clientela, prejudicar a própria imagem e perder espaço de mercado, além, é claro, de enfrentar as consequências previstas pelas legislações, como anteriormente citado.
A ética ao lidar com dados de pessoas é um fator indispensável para qualquer empresa séria.
3. Fim de mecanismos de rastreamento
Sem uma extensa política de consentimento e informação sobre quais dados, como, quando, onde e para qual finalidade são armazenados e com quem são compartilhados, há consequências sérias de acordo com as novas regulamentações.
Agora, os maiores desafios são quais os novos métodos para criar publicidade eficiente e dinâmica sem infringir as leis que tratam sobre o modo com o qual os dados pessoais são armazenados, comercializados, coletados e tratados.
Então, podemos listar cinco elementos principais que não devem sair da mente de qualquer pessoa que deseje fazer publicidade online.
4. Adaptabilidade e dinamismo são a realidade
A realidade muda continuamente e, em plena Era Digital, as mudanças são cada vez mais rápidas, intensas e significativas.
Assim, manter velhos métodos de propaganda, marketing e visões sobre as relações de consumo (e relações sociais em geral) é um imenso risco em termos de perda e prejuízos não só financeiros, mas também de imagem e presença de mercado.
A regra é simples: as empresas que não se importam ou não são capazes de acompanhar as novas realidades estão fadadas a perder competitividade – e não é exagero dizer que elas podem até mesmo deixar de existir.
5. Segurança cibernética é algo indispensável
As novas legislações, em geral, são bem claras ao definir que as empresas são responsáveis pelo que acontece com os dados pessoais que elas armazenam em suas redes e sistemas.
Assim, é crucial investir em boas soluções de segurança cibernética para evitar ataques cibernéticos e ameaças virtuais em geral. Afinal, se as empresas guardam os dados de clientes, visitantes e funcionários, a responsabilidade pela segurança destes dados recai sobre elas.
Quebras de dados, invasão de sistemas e difusão de informações pessoais roubadas de sistemas de empresas ocasiona não apenas prejuízos financeiros, mas também responsabilizações previstas em lei.
Por William Mendes. Mercadólogo, consultor de marketing no LogosBR.
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